Alguma coisa onde tu parada
fosses depois das lágrimas uma ilha
e eu chegasse para dizer-te adeus
de repente na curva duma estrada
Alguma coisa onde a tua mão
escrevesse cartas para chover
e eu partisse a fumar
e o fumo fosse para se ler
Alguma coisa onde tu ao Norte
beijasses nos olhos os navios
e eu rasgasse o teu retrato
para vê-lo passar na direcção dos rios
Alguma coisa onde tu corresses
numa rua com portas para o mar
e eu morresse
para ouvir-te sonhar.
António José Forte
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