Deixa-me adormecer e não perguntes nada.
O mundo foi alheio e a vida foi comprida
nos seus desenganos de coisa perdida.
Deixa-me ficar nesta atitude sem gestos.
Leva para trás a hipocrisia das falas:
o silêncio é um corredor que vai dar a muitas salas.
E agora vai-te embora que eu quero ser sozinho.
A morte não tarda e eu hei-de recebê-la
tão grave como o céu perante uma nova estrela.
Alberto de Lacerda
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