Enquanto o nosso coração voraz
bate a descompasso com o da Terra,
não queremos ripostar demais à guerra,
fugimos de apostar demais na paz.
Compêndios de nojo, actas de festa,
são escrita tremida para nós,
mas não se lembrem autores de erguer a voz
a dizer o que purga e o que molesta.
Só a voz do sangue ouvimos bem
quando ao leme do ventre almareámos;
fomos inocentes, já nos naufragámos,
corpos de delito, almas de refém.
Luiza Neto Jorge
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