sábado, 18 de fevereiro de 2012

But i forgive you, i forgive you



morrissey | you have killed me

És tão fácil de amar e nem sabes. Embrenhado nessas pequenas rugas de irritação, a fugir-me dos braços enquanto podes e eu a tentar tocar-te uma última vez. Sou bem capaz de me anular: vê só. Tu de olhos pregados no chão - o prato do gato ali vazio – entre contas para pagar, o trabalho até parece que nasce em cima da secretária, e os vícios, os vícios, meu Deus! Depois eu a tentar lembrar outros dias mais felizes, quando o tempo sobrava e não era apenas esta acumulação de horas vazias, sempre com os nervos à flor da pele à espera de um silêncio derradeiro que denuncie uma traição. De que adianta perguntar seja o que for? O rádio não pára de tocar a mesma canção. Os lençóis estão frios e assim vão continuar até que eu adormeça. Só assim te aproximas. Se soubesses que espero por ti, todos os dias, que trago o coração ao pé da boca, que sinto saudades de me aninhar no teu colo sem que me censures o sorriso, se ao menos tu sonhasses. Há muito que a hora de jantar já passou, a cozinha está de luz apagada, a lida feita e eu sou um par de pernas cansadas no fundo do sofá. Quem me dera, amor, ser tão fácil de amar como tu. Para não morrer cúmplice desta indiferença, a fazer companhia ao gato, com uma chávena de chá nas mãos.

6 comentários:

josé luís disse...

ohh.
(you shouldn't)

Vanessa disse...

(what?) :)

josé luís disse...

(forgive) ;)

josé luís disse...

(...you do have a way with words. thank you for sharing them)
:)

Vanessa disse...

forgiven and forgotten. :)

(ohh.)

josé luís disse...

:D
(r.a.b.d.)