Eles olhavam e não a viam. Ela fazia mais sombra do que existia.
Clarice Lispector
Gostava de te mostrar
o meu labiríntico arvoredo ou
a sinfonia dos meus canteiros;
levar-te ligeiro pela mão
numa manhã deslumbrada de sol
- vês? - aqui, a gravidade das camélias
ali, os pirilampos, infinitos.
Haveria poços e covis de lobos
(portas inteiras de escuridão sonora)
mas também tulipas e girassóis
e rios, entornados em cascata,
e as folhas leves de doce vento.
Gostava de te mostrar
o meu jardim de dentro
(pétalas e pássaros, odoríferos, habitando
a nudez cava dos troncos)
gostava - mas uivam os lobos -
- tu assustas-te.
7 comentários:
da vanessa?
Isto devia acontecer mais vezes...escreveres
Bj
Isto estava perdido num caderno antigo mas não é meu... desconheço a autoria. Eu, por agora, não consigo escrever.
No entanto, assenta bem no momento. Sabe como é... um espelho... ;)
Não é meu... mas podia. :)
Está para breve.
(obrigada*)
pois podia, vanessa. tão bom :)
Poema maravilhoso. Tomei a iniciativa de transcrevê-lo no meu blog almatua,blogspot.com
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